Observabilidade em Ambientes Air-Gapped: Quando a Nuvem Não É Uma Opção

maio 29, 2025 | por dbsnoop

air-gapped

Soluções de observabilidade evoluíram muito nos últimos anos — mas quase todas seguiram o mesmo caminho: serviços SaaS, coleta distribuída em nuvem e dependência de conectividade constante. Para a maioria das empresas, isso funciona bem. Mas e quando o ambiente simplesmente não pode se conectar ao mundo externo?

Ambientes air-gapped, como os usados em defesa, bancos, sistemas industriais e órgãos públicos, impõem restrições extremas: sem tráfego externo, sem APIs públicas, sem SaaS. A exigência por controle total e isolamento absoluto muda completamente o jogo. E obriga times técnicos a repensarem cada decisão de arquitetura.

Este artigo aborda os desafios e estratégias reais para quem precisa fazer observabilidade em infraestruturas que operam isoladas por definição.


O Que Torna Um Ambiente Air-Gapped?

A definição técnica é simples: um ambiente air-gapped não tem nenhuma conexão direta ou indireta com redes públicas, incluindo internet, outras redes corporativas ou provedores de nuvem. Mas na prática, isso envolve:

  • Controle total da infraestrutura, incluindo firmware, rede, SO e aplicações;
  • Proibição explícita de qualquer tráfego externo, mesmo que criptografado;
  • Restrições de compliance e auditoria que exigem rastreabilidade em cada componente.

É o tipo de cenário comum em:

  • Infraestruturas militares ou de defesa nacional
  • Plantas industriais com sistemas SCADA/ICS
  • Datacenters financeiros com exigência de segregação física
  • Ambientes públicos regulados por normas como LGPD, PCI-DSS, HIPAA, etc.

Por Que Observabilidade Nesses Ambientes É Uma Arquitetura à Parte

A maioria dos stacks modernos de observabilidade assume três premissas: conectividade constante, atualização frequente e dependência parcial de serviços externos (para visualização, suporte, AI, etc.).

Ambientes air-gapped violam todas elas.

Sem conectividade, qualquer dependência de serviços na nuvem — seja para dashboards, armazenamento, machine learning ou alertas — se torna uma falha de projeto. Isso elimina boa parte do mainstream: Datadog, New Relic, Dynatrace, Honeycomb e outros simplesmente não funcionam aqui, exceto com adaptações pesadas (quando disponíveis).


Os Principais Desafios Técnicos

1. Coleta sem agentes intrusivos

Sistemas air-gapped frequentemente operam em versões antigas de SO, com hardening extremo e pouca margem para agentes residentes. Isso exige:

  • Binários compilados sob demanda, auditados e assinados localmente;
  • Agentes com footprint mínimo e sem chamadas de update automático;
  • Execução sem root, sem daemon permanente e com fallback offline.

Em muitos casos, a coleta é feita por scripts agendados, com buffers locais e rotinas de envio via jobs internos — nada passa por fora.

2. Stack 100% on-premises (de verdade)

Não é suficiente rodar o Prometheus ou o Grafana “em servidor local”. A arquitetura inteira precisa ser autocontenida: sem API externas, sem dependência de renderização via browser moderno, sem componentes que façam chamadas para update ou telemetria.

Além disso, é comum que o mesmo ambiente precise ser replicado em clusters distintos, com comportamento idêntico, sem depender da internet nem para deploy. Isso exige infraestrutura como código compatível com isolamento completo.

3. Visualização e alertas sob restrição

Sem console SaaS, a visualização precisa funcionar localmente, de forma resiliente. Isso significa:

  • Dashboards locais embarcados, geralmente em modo offline;
  • Geração automática de relatórios em formatos “transportáveis” (PDF, CSV, JSON);
  • Alertas encapsulados via canais internos — e-mail local, SNMP, ou mesmo logs físicos em impressoras de linha (sim, ainda existem).

A transmissão de dados fora do ambiente pode ser feita via mídia física, com processos auditáveis de criptografia e assinatura.


O Que Realmente Funciona Nesses Cenários

A instalação on-premise do dbsnoop Flightdeck oferece uma alternativa robusta e segura para organizações que operam em ambientes air-gapped ou de alta restrição. Por ser implantado totalmente dentro da infraestrutura do cliente, o Flightdeck elimina qualquer dependência de conectividade externa, mantendo todos os dados de observabilidade — métricas, logs e traces — sob controle absoluto, com criptografia e retenção local. A solução foi projetada para funcionar de forma autônoma, com agentes leves e auditáveis, compatíveis com ambientes endurecidos (hardened) e sistemas legados comuns em setores como defesa, financeiro e industrial.

Além disso, o Flightdeck fornece dashboards interativos, alertas locais e geração de relatórios automatizados, sem exigir serviços externos ou APIs na nuvem. Isso permite que times de engenharia e operações tenham visibilidade detalhada do ambiente mesmo em contextos de isolamento total, com observabilidade de alta resolução e conformidade com normas de segurança e auditoria. A arquitetura modular facilita a replicação entre clusters ou zonas segregadas, mantendo a padronização e previsibilidade que esses ambientes exigem.

Adicionalmente:

  • Prometheus + Grafana em modo standalone, com scrape interno e armazenamento local;
  • Zabbix, que possui suporte maduro para ambientes offline e topologias distribuídas;
  • Elastic Stack, usado em modo controlado, com ingestão local e visualização embutida;
  • Ferramentas customizadas, muitas vezes desenvolvidas internamente ou adaptadas a partir de projetos open source auditáveis.

Mas o que define o sucesso não é a ferramenta, e sim a capacidade de operar com zero dependência externa, com comportamento previsível e validável por auditoria.


Conclusão

Observabilidade em ambientes air-gapped não é sobre seguir tendências. É sobre resistência, confiabilidade e controle absoluto.

Enquanto boa parte do mercado avança em direção à IA generativa e automações via API, esses ambientes caminham no sentido oposto: previsibilidade total e ausência de variáveis externas. E isso, longe de ser uma limitação, é o que garante a robustez necessária para operar sob risco zero.


Na dbsnoop, sabemos que nem toda infraestrutura pode depender da nuvem. Atuamos junto a equipes técnicas que operam sob restrição severa, ajudando a adaptar práticas modernas de observabilidade a realidades complexas, isoladas e com altíssimo padrão de confiabilidade. Se esse é o seu caso, fale com a gente.

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