O que é rightsizing de workload e por que ele é mais eficaz que o de instância

novembro 17, 2025 | por dbsnoop

O que é rightsizing de workload e por que ele é mais eficaz que o de instância

Tornou-se um ritual quase sagrado na gestão de custos de nuvem: a cada trimestre, a equipe de FinOps, armada com relatórios de ferramentas como o AWS Compute Optimizer ou o Azure Advisor, se reúne com a engenharia para uma campanha de “rightsizing”. O objetivo é nobre e aparentemente lógico: analisar as métricas de utilização de CPU e memória das instâncias de banco de dados e reduzir seu tamanho para eliminar o desperdício de recursos ociosos. No entanto, na maioria das vezes, essa prática é uma otimização superficial que mascara um problema muito mais profundo.

Ao ajustar o tamanho da infraestrutura com base em métricas de utilização, as equipes não estão otimizando o custo real; estão apenas redimensionando a gaiola para acomodar um animal ineficiente. A verdadeira causa do alto consumo de recursos, o workload do banco de dados, composto por queries mal escritas, planos de execução subótimos e uma estratégia de indexação falha, permanece intocada. O resultado é uma economia marginal no curto prazo, seguida por problemas de performance, alertas de saturação e a inevitável necessidade de escalar a instância novamente assim que a carga aumenta.

Este artigo detalha tecnicamente por que o rightsizing reativo de instância é uma armadilha e como uma abordagem de engenharia, focada na observabilidade e otimização do workload, é a única forma de alcançar uma redução de custos de nuvem real, profunda e sustentável.

A Armadilha da Otimização Reativa: O Rightsizing de Instância

A abordagem tradicional de rightsizing é fundamentalmente falha porque analisa o problema a partir da perspectiva errada. Ela olha para os sintomas, alto uso de CPU, picos de IOPS, alto consumo de memória, e tenta medicá-los com mais ou menos hardware. É uma abordagem reativa que confunde o efeito com a causa, levando a um ciclo de otimização superficial e, muitas vezes, prejudicial.

As Métricas da Ilusão: CPU, Memória e IOPS

As ferramentas nativas da nuvem e as plataformas de FinOps fornecem uma visão agregada da utilização de recursos. Um SRE pode olhar para um gráfico do Amazon CloudWatch e ver que uma instância RDS db.m5.2xlarge operou com uma média de 85% de CPUUtilization no último mês. A conclusão instintiva, e errada, é que a instância está corretamente dimensionada, talvez até precisando de um upgrade em breve.

O que essa métrica não revela é por que a CPU está em 85%. A verdade oculta, que o CloudWatch não pode mostrar, é que 70% dessa utilização pode ser causada por uma única query, executada milhares de vezes por minuto, que está forçando o banco de dados a realizar um Full Table Scan em uma tabela de milhões de linhas. A alta utilização de CPU não é um indicador de alta demanda de negócio; é um indicador de ineficiência de software.

Ao aceitar essa métrica de 85% como uma linha de base válida, a equipe legitima a ineficiência e concorda em pagar um prêmio por ela, mês após mês. O rightsizing se torna um exercício de conformidade com o desperdício, não de otimização.

A mesma lógica se aplica aos IOPS (Operações de Entrada/Saída por Segundo) do disco. Uma equipe pode pagar uma fortuna por armazenamento io2 Block Express de alta performance porque a aplicação está constantemente no limite de IOPS. No entanto, uma análise do workload revelaria que 90% dessas operações de I/O são desnecessárias, causadas por queries que leem milhões de linhas do disco quando poderiam ler apenas algumas centenas de páginas da memória se tivessem o índice correto. Pagar por mais IOPS é como tentar encher um balde furado adicionando mais água em vez de consertar o furo.

O Custo do “Buffer de Segurança”

Essa abordagem reativa e cega à causa raiz leva a uma cultura de superprovisionamento defensivo. Como a equipe não tem visibilidade sobre a eficiência do workload, ela não consegue prever como o sistema se comportará sob estresse. Por medo de incidentes de performance que possam levar a uma indisponibilidade, os engenheiros adicionam um “buffer de segurança”, provisionando instâncias 30-50% maiores do que a utilização média sugere.

Esse buffer não é para picos de tráfego legítimos; é um seguro caro contra picos de ineficiência de código não diagnosticado. Milhares de dólares são gastos todos os meses em capacidade de computação ociosa, simplesmente porque a organização não tem os dados para tomar uma decisão informada e baseada na eficiência real do software. O rightsizing tradicional, na melhor das hipóteses, apara as arestas desse buffer; ele nunca elimina a necessidade dele.

A Verdadeira Otimização: O Rightsizing de Workload

A otimização real e duradoura inverte a equação. Antes de perguntar “qual o tamanho da instância que eu preciso?”, a pergunta correta e fundamental é “quão eficiente é o trabalho que esta instância está realizando?”. Esta abordagem, que chamamos de “Rightsizing de Workload”, foca em otimizar o software primeiro, para então dimensionar o hardware para o trabalho que é verdadeiramente necessário. É um processo de engenharia, não um exercício contábil, habilitado pela observabilidade profunda.

Passo 1: Baseline e Diagnóstico do Workload com Observabilidade

O primeiro passo é ignorar temporariamente as métricas de infraestrutura do seu provedor de nuvem e criar uma linha de base da eficiência do seu workload. Isso é impossível sem uma ferramenta que possa olhar “dentro” do banco de dados. Uma plataforma de observabilidade como a dbsnOOp foi projetada para fazer exatamente isso. Ela não apenas mede a latência, mas analisa o custo total de cada query, multiplicando sua latência média por sua frequência de execução para chegar à métrica mais importante: o “DB Time”, ou a carga total.

A plataforma gera um ranking preciso das queries que mais consomem recursos. Em vez de um número agregado e sem contexto como “85% de CPU”, você obtém um insight acionável e específico: “A query SELECT * FROM activities WHERE user_id = ? é responsável por 60% do DB Time total, consumindo 50 segundos de tempo de CPU a cada minuto”. Esta é a peça de informação que faltava. Agora a equipe de engenharia sabe exatamente onde focar seus esforços de otimização para obter o máximo impacto. Deixa de ser um problema de infraestrutura e se torna um problema de software bem definido.

Passo 2: Otimização Direcionada por Causa Raiz

Com o alvo identificado, a dbsnOOp fornece as ferramentas para a otimização. Para a query problemática acima, a plataforma automaticamente captura e analisa seu plano de execução. O diagnóstico pode ser instantâneo: a query está realizando um Full Table Scan porque não há um índice na coluna user_id.

A dbsnOOp vai além do diagnóstico e gera a solução. Ela fornece o comando CREATE INDEX exato, pronto para ser validado em um ambiente de staging e aplicado em produção. A equipe de desenvolvimento não precisa gastar horas investigando ou debatendo a melhor estratégia de indexação; a solução é entregue pela plataforma, baseada em dados reais de produção. Após a aplicação do índice, o plano de execução da query muda para um Index Seek de alta performance.

A operação que antes lia milhões de linhas e consumia segundos de CPU agora lê apenas algumas páginas de dados e executa em milissegundos. O trabalho que o banco de dados precisa fazer foi reduzido em ordens de magnitude.

Passo 3: Recalibragem e o Rightsizing de Instância (O Verdadeiro)

Este é o momento em que a mágica acontece. Após a otimização do workload, a equipe volta a olhar para as métricas de infraestrutura. A CPUUtilization que estava cravada em 85% agora caiu para uma média de 20%. A carga de IOPS que estava constantemente no limite agora é quase zero. O sistema está realizando a mesma quantidade de trabalho de negócio (ou até mais, pois agora está mais rápido), mas com uma fração do esforço computacional.

Com esta nova e dramaticamente mais baixa linha de base, o rightsizing de instância deixa de ser uma mentira e se torna uma otimização real e informada. A instância db.m5.2xlarge que parecia estar no tamanho certo agora está comicamente superprovisionada. A equipe pode, com total confiança, redimensioná-la para uma db.m5.large, uma redução de 75% em tamanho e custo, sabendo que a performance não será comprometida, pois a eficiência do workload foi corrigida em sua origem. A economia não é de 10% ou 15% aparando o “buffer de segurança”; são economias de 50%, 75% ou mais, porque a maior parte do custo anterior era simplesmente o preço do desperdício.

Os Benefícios Compostos da Abordagem Correta

Adotar o Rightsizing de Workload tem um impacto que vai muito além da redução da fatura da nuvem. Ele instaura uma cultura de eficiência e responsabilidade que permeia toda a organização de engenharia, gerando benefícios compostos.

Quebrando o Ciclo de Custo-Performance

A abordagem reativa de instância cria um ciclo vicioso: código ineficiente leva a alto consumo de recursos, que leva a custos elevados, que leva a pressão por otimização, resultando em um rightsizing superficial que não resolve o problema, e o ciclo recomeça no próximo trimestre.

A abordagem proativa da dbsnOOp cria um ciclo virtuoso. Código eficiente, validado pela observabilidade contínua, requer menos hardware. Menos hardware significa custos menores e menor complexidade operacional. O orçamento que antes era consumido em instâncias superprovisionadas pode ser reinvestido em engenheiros para construir novas features que geram receita.

Aumento da Velocidade e da Confiabilidade

O tempo de engenharia é o recurso mais caro e valioso de uma empresa de tecnologia. O tempo que os engenheiros gastam em “salas de guerra” para apagar incêndios de performance ou participando de reuniões reativas de rightsizing é um tempo que não está sendo usado para inovação. Um sistema com um workload otimizado é inerentemente mais estável e confiável. Ele tem mais “headroom” para absorver picos de tráfego sem degradar, resultando em menos alertas, menos incidentes e uma equipe de SRE menos sobrecarregada. Isso libera a equipe para focar em projetos de automação e melhoria contínua, em vez de combate a incêndios.

Uma Ponte Estratégica Entre FinOps e Engenharia

O Rightsizing de Workload finalmente conecta o mundo do FinOps com o da engenharia de uma forma colaborativa. A equipe de FinOps não precisa mais apresentar um relatório de custos e perguntar “por que estamos gastando tanto?”. Agora, eles podem colaborar com a engenharia usando uma linguagem comum e dados acionáveis. A discussão muda de “precisamos cortar os custos do RDS em 15%” para “a dbsnOOp identificou que estas 5 queries são responsáveis por 80% do custo da nossa instância principal. Otimizá-las nos permitirá um downsizing que economizará 60%”. A plataforma fornece o “porquê” por trás do custo, permitindo decisões de negócio inteligentes e baseadas em dados técnicos concretos.

Desbloqueando a Escalabilidade Sustentável

Talvez o benefício mais estratégico seja a escalabilidade. Um sistema cujo workload não foi otimizado escala de forma pobre e cara. Para dobrar a capacidade de usuários, você precisa dobrar, ou até quadruplicar, o tamanho da sua infraestrutura. O custo cresce exponencialmente com a demanda.

Um sistema com um workload otimizado, por outro lado, escala de forma linear e sustentável. As queries são tão eficientes que o sistema consegue absorver um aumento de 2x ou 3x no tráfego com um impacto mínimo nos recursos. A empresa pode crescer com a confiança de que sua arquitetura de dados não irá quebrar ou explodir os custos. A otimização de performance deixa de ser um projeto de redução de custos e se torna um habilitador estratégico do crescimento do negócio.

Pare de Pagar pela Ineficiência

Se o seu processo de rightsizing se baseia apenas em métricas de infraestrutura, ele é, na melhor das hipóteses, uma otimização incompleta e, na pior, uma ilusão. É um exercício que apenas valida e acomoda a ineficiência do seu software, forçando você a pagar um prêmio por isso todos os meses na sua fatura de nuvem. A verdadeira otimização, a que gera economias massivas e sustentáveis, começa com uma pergunta diferente: quão eficiente é o meu workload?

Ao focar em otimizar as queries que mais consomem recursos, você não apenas melhora a performance e a estabilidade da sua aplicação; você desbloqueia o verdadeiro potencial de economia da nuvem. Pare de redimensionar a infraestrutura para se adequar ao seu código ineficiente. Comece a otimizar seu código para que você precise de uma infraestrutura muito menor e mais barata.

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