IA no Varejo: de Algoritmos Anabolizados a Máquinas que Sabem o que Você Vai Comprar Antes de Você Saber

julho 8, 2025 | por dbsnoop

IA no Varejo: de Algoritmos Anabolizados a Máquinas que Sabem o que Você Vai Comprar Antes de Você Saber

Desde de sempre sou fã da Apple e do Steve Jobs, e, ele dizia: Muitas vezes, as pessoas não sabem o que querem até você mostrar para elas

A IA atual não apenas mostra — ela prevê, entrega e valida. E quem dominar esse processo, dominará o novo varejo.

Há 10 anos, a Amazon registrou uma patente que parecia absurda: enviar produtos para sua casa antes mesmo de você clicar em “comprar”. Sonho de consumo do Sr. Jobs.

Era 2013. A tecnologia já se chamava IA, mas, sejamos honestos, era uma IA bem mais tímida: feita de regressões, árvores de decisão e algoritmos que mais pareciam estatística com esteroides. A rigor, para mim, uma boa meia dúzia de “IF’s” encadeados já é uma IA. Magrinha, fraquinha, pouco sofisticada… mas, é uma IA.

Hoje, em 2025, o cenário é outro. A IA não apenas prevê o que você vai comprar — ela decide o que vai pro caminhão, otimiza a rota, escolhe o melhor armazém urbano, sugere o brinde, e já monitora se você vai devolver o pedido ou não.

Esse artigo é um mergulho na evolução brutal da inteligência artificial no varejo e eCommerce, com foco em quem não quer ser o último a entender o jogo que já está sendo jogado.

De Jobs a Bezos – A fagulha desse movimento

Tudo começa com a patente da Amazon de 2013 chamada Anticipatory Shipping. Nela, a empresa descreve um sistema capaz de prever, com base em histórico e comportamento, quais produtos têm alta chance de serem comprados em breve. Esses produtos seriam então enviados antes mesmo da confirmação da compra, acelerando a entrega a níveis quase instantâneos.

Na época, isso soava futurista. Mas já era IA. Isso se você não levar em conta a IA malvadona Skynet de 1984 (Exterminador do Futuro)

Ou melhor: era IA do século passado com roupas novas.

A IA de 2013: boa de planilha, ruim de contexto

Vamos dar nome aos bois.

Em 2013, quando alguém dizia que usava “IA”, geralmente estava falando de:

  • Regressão logística
  • Árvores de decisão
  • Algoritmos como KNN, SVM, Random Forest
  • Modelos de séries temporais básicos (ARIMA, Holt-Winters)

E sim, isso já era chamado de IA. Mas com algumas aspas. Volto a dizer que toda inteligência que não seja humana é artificial. Logo, qualquer coisa que tome algum tipo de ação, baseada em entradas e conhecimento prévio (ie programação) é IA sim senhor. Afinal, tem muita inteligência humana que pode ser colocada entre muitas aspas.

Os modelos acertavam? Às vezes. Mas só se os dados estivessem limpos, os padrões fossem estáveis, e o mundo não mudasse rápido demais. Tipo banco de dados relacional, precisa estar tudo bem definido e organizado.

Era IA de previsão, não de entendimento real do usuário.

A IA de hoje: contextual, multimodal e ativa

Agora estamos em outro planeta. Talvez no planeta Trantor, berço da psico-história (a IA criada por Hari Seldon, matemático e personagem central da saga Fundação).

Hoje a IA no varejo é capaz de:

  • Ler comportamento em tempo real (navegação, cliques, tempo de tela, scroll, hover)
  • Unificar fontes distintas: histórico de compras, clima, eventos locais, redes sociais
  • Gerar campanhas, ofertas e até e-mails personalizados automaticamente
  • Decidir o que entra no caminhão de manhã antes do pedido ser feito
  • E em alguns casos, entregar o item antes mesmo do cliente pensar em procurá-lo

O salto aconteceu por causa de três fatores:

FatorO que mudou
ModelosEntramos na era dos Transformers, GPTs, BERTs e redes neurais profundas
DadosMuito mais dados, em tempo real e em contextos cruzados
InfraestruturaLogística urbana, armazéns automatizados e rotas preditivas

Exemplos que já estão rolando (e não é teoria nem fake news)

  • Amazon (EUA/Europa): já posiciona produtos em hubs antes da compra com base em comportamento regional e pessoal.
  • JD.com (China): entrega itens preditivos com até 80% de conversão, inclusive enviando produtos não solicitados com direito de recusa.
  • Walmart (EUA): usa IA para decidir o que sai no primeiro giro de entregas do dia, antes dos pedidos online chegarem.
  • Mercado Livre e Magalu (Brasil): ainda não fazem entrega preditiva na casa do cliente, mas já pré-estoqueiam produtos em dark stores com base em dados preditivos.

A grande virada: do marketing que convence para o marketing que adivinha

A IA deixou de ser ferramenta de análise para virar motor de decisão operacional.

Ela não só entende o cliente. Ela age antes. Antes do clique. Antes do pensamento racional. Ela prevê com precisão e executa. Sozinha.

O novo diferencial competitivo é saber o que entregar, quando, onde e com que argumento — sem perguntar ao cliente.

E no Brasil, Ah no Brasil: pode isso Cortana?

Aqui a coisa complica um pouco.

Segundo o Código de Defesa do Consumidor, nenhum produto pode ser enviado sem solicitação do cliente, sob pena de ser considerado amostra grátis.

E segundo a LGPD, usar dados comportamentais e inferências exige base legal clara, consentimento (ou legítimo interesse justificado) e transparência.

Ou seja: enviar sem pedir ainda é arriscado. Mas prever para posicionar estoque? Totalmente viável — e altamente estratégico. 

E… para refletir

A IA deixou de ser uma curiosidade para virar coração do eCommerce moderno.

  • Em 2013, ela era uma planilha sofisticada, tipo John 117 virando Master Chief com a armadura
  • Em 2025, ela é o cérebro por trás do frete grátis, do desconto sob medida, do estoque posicionado e da entrega que chega antes da vontade.

Quem não estiver usando IA para prever o comportamento do consumidor e automatizar a resposta a isso, vai perder.

E nem vai entender como perdeu.

Se você trabalha com varejo, tecnologia, marketing, dados ou logística, não dá mais pra ignorar:

A IA não está vindo. Ela já está decidindo o que seu cliente vai comprar. Com ou sem você. 

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